terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma das cartas que mais gosto

Conheci esta carta em Março quando tive em Portugal, deu-me a conhecer o mano R. , depois trouxe o livro comigo e tem sido uma presença constante, recentemente a mana R. decidiu partilhar no caderno da EA e hoje é a minha vez de partilhar com vocês.

"… a cela é o lugar ideal para nos conhecermos a nós próprios, para aprofundarmos de forma realista e regular os processos da nossa mente e dos nossos sentimentos. 

Ao avaliarmos a nossa evolução enquanto indivíduos tendemos a concentrar-nos em factores externos como a posição social, o poder de influência, e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Estes são, de facto, factores importantes para a avaliação do sucesso individual no que se refere a aspectos materiais e é perfeitamente compreensível que muitas pessoas se empenhem em alcançá-los. 

Existem no entanto factores internos que podem ser ainda mais decisivos na avaliação de uma pessoa enquanto ser humano: a honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a generosidade, a ausência de vaidade, a disponibilidade para ajudar os outros – qualidades ao alcance de todas as almas – constituem os alicerces da vida espiritual de cada um de nós. 

A evolução em matérias desta natureza é impensável sem uma introspecção séria, sem nos conhecermos a nós próprios, sem conhecermos as nossas fraquezas e os nossos erros. 

No mínimo, se não nos der mais nada, a cela proporciona-nos a oportunidade de analisarmos todos os dias a nossa conduta na sua globalidade, de ultrapassarmos o que de mau houver em nós e desenvolvermos o que possamos ter de bom. 

A meditação frequente, nem que seja durante 15 minutos por dia antes de adormecer, pode ser muito proveitosa a este respeito. 

No início pode parecer-nos difícil identificar os aspectos negativos da nossa vida, mas com perseverança este exercício pode revelar-se altamente compensador. 

Não devemos esquecer que um santo é um pecador que não cessa de se esforçar. 

Uma pessoa pode ser um vilão durante três quartos da sua vida e ser canonizado por viver uma vida santa nos dias que lhe restarem. 

Na vida real lidamos, não com deuses, mas com seres humanos comuns como nós: homens e mulheres cheios de contradições, que são estáveis e inconstantes, fortes e fracos, célebres e infames, pessoas em cuja corrente sanguínea os vermes lutam diariamente contra potenciais pesticidas. 

Os aspectos em que uma pessoa se concentra a julgar outra, depende do carácter desse juiz particular.

O desconfiado será sempre atormentado pela suspeição, o crédulo estará sempre pronto para acreditar em tudo o que lhe dizem, enquanto que o vingativo irá sempre usar espadas afiadas em vez de penas. Mas o realista, embora chocado e desapontado com as falhas daqueles que adora, olhará o comportamento humano de todas as perspectivas e objectivamente irá se concentrar nas qualidades da pessoa que são edificantes, que levantam o seu espírito e aumentam o seu entusiasmo em viver”

E ficam algumas perguntas que ela partilha para pensarem:

Têm conseguido fazer uma introspecção verdadeira e sincera? E essa introspecção leva-me a uma esforço sincero no sentido da santidade? Vocês conhecem-se? Sabem do que é que são feitos e onde têm as vossas imperfeições? Como vêm essas imperfeições nos outros?

boa terça-feira!

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com ela quando diz: "meditação frequente, nem que seja durante 15 minutos por dia antes de adormecer, pode ser muito proveitosa a este respeito.
No início pode parecer-nos difícil identificar os aspectos negativos da nossa vida, mas com perseverança este exercício pode revelar-se altamente compensador."

Faço meditação regularmente à 4 anos e isso tem me ajudado a conhecer melhor. Graças a isso percebi que estava afastada da minha energia/essência em 180ºgraus. Ao longo deste tempo tenho feito o caminho de volta a "mim" e estou super feliz com isso.
Agora tenho plena consciência de quem sou, onde errei, porque o fiz, o que aprendi e cresci com isso e acima de tudo qual o caminho que devo seguir.

Beijinhos

Paula disse...

Penso que ninguém se conhece a 100% e muitos comportamentos acabam por acontecer em consequência de actos alheios a nós.
Mas posso dizer que me conheço o suficiente para conseguir na maior parte das vezes controlar instintos que de outra maneira seriam explosivos.
Vivemos constantemente em função do que é certo em vez do que realmente acreditamos e isso acaba por nos moldar de uma forma deturpada.
Quase como aquela história da moça que queria casar e dizia que a forma dos seus ovos favoritos era consoante o namorado.
Com o X em omolete,
Com o Y mexidos,
Com o Z escalfados enquanto na realidade gosta deles cozidos.
Ser fieis a nós mesmos isso sim é a batalha que se enfrenta todos os dias...

Beijo