Tenho que agradecer muito aos dois por estes dias que estiveram comigo, conhecia melhor o Dr. do que a Ana, foi tudo mais fácil porque tive a companhia deles, são pessoas mais experientes e com mais conhecimentos, foi uma sema
na de aprendizagem e de camaradagem que ficarão guardados e serão lembrados sempre.
Se já tinha o Dr. como exemplo, agora muito mais porque conheci-o um pouco melhor, deu para falar de tudo, partilhar coisas mais pessoais e ouvir conselhos, é uma fonte de conhecimento e de experiência incalculável, e tenho pena que nesta fase, no nosso país estejam a julga-lo pelas decisões que tomou, ele ainda nem falou…
Irei buscar vários episódios deles durante estes meses que estarei por cá.
Depois da saída deles dei por mim a pensar: e agora? Estou sozinho, como será? Como serão os dias? O que vou fazer quando me sentir só? Fui inundado de perguntas… as respostas? Eu confio em mim e nas minhas capacidades, sei que isso irá acontecer, terei os meus momentos mais tristes mas terei capacidades, espero, para conseguir ultrapassar. É verdade que estou sozinho cá mas ao mesmo tempo não estou porque há sempre pessoas no centro, a cozinheira, a Mama Tevi, os seguranças da noite, Papa deZilva e Papa Ragel estarão sempre comigo à noite e durante a semana tenho também o staff e quando começarem as aulas terei os meus alunos, vendo bem as coisas, estarei sempre acompanhado =) E quando tiver saudades de falar português ligarei para vocês, seja sms, chamada, skype, voip, benditas telecomunicações que nos dão este prazer de encurtar distâncias.
Na parte da tarde cometi uma loucura que não voltarei a repetir: estava a ficar “sufocado” aqui dentro do centro, precisava de espairecer e disse ao guarda da manhã que ia dar uma volta mas como ele não percebe muito de inglês acenou com a cabeça e eu fui descansado, sabia que para sair tinha que avisar para onde ia para não ficarem preocupados. Dei a minha volta até ao lago, a quantidade de cães pela rua é um bocado assustador, ainda por mais eles não estão habituados a ver brancos a passear, não me fizeram nada mas admito que ainda temi que um ou outro me atacasse, passado 30 minutos, nem tanto talvez, cheguei a casa e estavam todos preocupados porque não sabiam onde estava, disseram logo que para sair tenho que sair sempre acompanhado, porque, é verdade que a guerra já acabou, mas há sempre o perigo. Eu sabia que não podia sair sozinho mas eu não vi mal nenhum andar até ao lago, é mesmo aqui ao lado mas aprendi já que para sair só mesmo acompanhado…
A mim faz-me um pouco de confusão isso, eu penso: se quero espairecer é porque quero estar sozinho longe do centro mas para isso tenho que ir com alguém… Pode ser com o tempo isto mude, não sei, só sei que nos próximos tempos vou estar bastante controlado, vão ter “medo” que fuja sozinho =)
Passei a noite na conversa com os seguranças e cozinheira, entre o meu inglês e o deles ainda nos conseguimos rir, o que é muito bom, serão os meus companheiros de noite.
2 comentários:
Assusta-me estar sozinha do mesmo modo que me assusta não poder estar num momento em que necessite disso... Já aprendeste a lidar com essas restrições?
Depois de quase 5 meses por cá consegui arranjar o meu espaço, quando preciso de espairecer aviso para onde vou que normalmente é até ao centro da cidade, sempre rua principal para todos me verem, sento-me perto do rio e estou lá 1 bocado! Na outra cidade estou mais à vontade, não tenho ninguem a controlar mas mesmo assim não me aventuro muito, todo o cuidado é pouco!
E sentir-me sozinho? Tenho a internet para ir matando as saudades =)
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